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Dieta Mediterrânea: O que é, do que é composta e seus impactos na saúde metabólica e cardiovascular

A Dieta Mediterrânea é muito mais do que um padrão alimentar — ela representa um estilo de vida associado à longevidade e à prevenção de diversas doenças crônicas. Baseada nos hábitos tradicionais dos países banhados pelo Mar Mediterrâneo, como Itália, Grécia e Espanha, essa dieta é reconhecida mundialmente por seus efeitos protetores sobre a saúde.

Do que é composta a Dieta Mediterrânea?

Além de priorizar alimentos frescos, naturais e minimamente processados, a dieta mediterrânea possui uma distribuição característica de macronutrientes:

  • Gorduras: Representam aproximadamente 35-40% das calorias totais, com ênfase em:

    • Gorduras monoinsaturadas, principalmente do azeite de oliva extra virgem, que é a principal fonte de gordura da dieta.

    • Gorduras poli-insaturadas, presentes em peixes oleosos, nozes e sementes, com destaque para os ácidos graxos ômega-3.

    • A ingestão de gorduras saturadas é moderada (vindas de laticínios, por exemplo) e as gorduras trans são minimizadas.

  • Proteínas: Compreendem 15-20% das calorias, provenientes, principalmente, de:

    • Fontes vegetais, como leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico) e oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas).

    • Fontes animais magras, com ênfase em peixes, frutos do mar e, em menor proporção, aves.

  • Carboidratos: Corresponde a cerca de 40-50% das calorias, priorizando:

    • Carboidratos complexos, vindos de cereais integrais, legumes, verduras e frutas.

    • Baixíssimo consumo de carboidratos refinados e de alimentos ultraprocessados.

Outros pilares alimentares importantes:

  • Uso abundante de ervas frescas e especiarias, que reduzem a necessidade de sal.

  • Consumo moderado de laticínios, preferindo queijos curados e iogurtes naturais.

  • Consumo ocasional de carnes vermelhas e mínimo de produtos processados.

  • Vinho tinto de forma opcional e moderada, durante as refeições e apenas para quem não tem contraindicações.

Benefícios da Dieta Mediterrânea: Impacto na prevenção e controle de doenças

A dieta mediterrânea é uma das estratégias nutricionais mais bem estudadas no mundo. Seus efeitos benéficos são respaldados por grandes estudos clínicos, como o PREDIMED e o Lyon Diet Heart Study, além de diversas meta-análises recentes.

Controle do Diabetes Tipo 2

De acordo com uma meta-análise publicada no BMJ em 2023, a dieta mediterrânea oferece melhorias significativas no controle glicêmico, sendo uma aliada no tratamento e prevenção do diabetes tipo 2.

Seus mecanismos de ação incluem:

  • Baixo índice glicêmico: Prioriza carboidratos complexos e ricos em fibras, evitando picos de glicemia e melhorando a sensibilidade à insulina.

  • Efeito anti-inflamatório: Compostos bioativos, como polifenóis (do azeite) e antocianinas (das frutas), reduzem inflamação crônica associada à resistência à insulina.

  • Gestão do peso: A combinação de gorduras saudáveis e alto teor de fibras promove maior saciedade, auxiliando no controle de peso — fator essencial no manejo do diabetes.

 

– Controle das Dislipidemias (colesterol e triglicerídeos elevados)

O estudo PREDIMED, publicado no New England Journal of Medicine, confirmou que a dieta mediterrânea promove importantes melhorias no perfil lipídico:

  • Redução do colesterol LDL (colesterol ruim): Substituição de gorduras saturadas por gorduras monoinsaturadas do azeite.

  • Aumento do HDL (colesterol bom): Através do consumo regular de peixes, oleaginosas e azeite.

  • Diminuição dos triglicerídeos: Favorecida pela menor ingestão de carboidratos refinados e pelo maior consumo de fibras e gorduras de qualidade.

– Controle da Hipertensão Arterial

A revisão de 2022 no Journal of Hypertension destacou os efeitos antihipertensivos da dieta mediterrânea, que se dão por:

  • Azeite de oliva extra virgem: Rico em polifenóis, promove vasodilatação e melhora da função endotelial, reduzindo a rigidez arterial.

  • Alta ingestão de potássio e magnésio: Nutrientes abundantes em frutas, vegetais e oleaginosas, fundamentais para a regulação da pressão.

  • Baixo teor de sódio: Pelo uso de alimentos frescos e temperos naturais, evitando o excesso de sal presente em ultraprocessados.

– Prevenção de Doenças Cardiovasculares

O impacto na saúde cardiovascular é um dos pontos mais sólidos da dieta mediterrânea:

  • O Lyon Diet Heart Study demonstrou uma redução de até 70% nos eventos cardiovasculares, como infarto e AVC, em indivíduos que seguiram esse padrão alimentar.

  • Redução do estresse oxidativo: Através dos antioxidantes presentes no azeite, frutas e vegetais, que combatem os radicais livres.

  • Melhora da função endotelial: Graças aos ácidos graxos ômega-3 e aos polifenóis, que promovem a saúde dos vasos e previnem a aterosclerose.

  • Efeito antitrombótico: Compostos bioativos de peixes e azeite ajudam na prevenção da formação de coágulos.

🌿 Muito além da alimentação

O estilo de vida mediterrâneo também prioriza:

  • Comer com atenção, prazer e em boa companhia.

  • Praticar atividade física regularmente.

  • Ter uma vida social ativa, com tempo ao ar livre e conexão com a natureza.

  • Manejo adequado do estresse e equilíbrio entre vida profissional, social e pessoal.

 

Incorporar os princípios da dieta mediterrânea no seu dia a dia é um caminho natural, acessível e comprovado para cuidar do coração, do metabolismo e da sua qualidade de vida.

Contribuição: dr. Frederico Lobo (@drfredericolobo)

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